Em comemoração ao dia nacional do livro infantil vou publicar uma poética infantil de minha autoria, que está publicada na Antologia "Histórias para Você Dormir 2".
“Eu
quero a paz no mundo, a felicidade de nossas crianças; a cada sorriso delas
sinto-me mais plena! E o brilho em seus olhos, menino, menina, é como se o
orvalho houvesse acabado de cair sobre a relva fina e verde das minhas
campinas”.
Vanyr Carlla
Os Pés de Jabuticaba
Eram
dois, e entre eles corria água cristalina
Do
rego d’água, que da bica vinha.
Suas
raízes se esbaldavam da água fresquinha.
Os
pés de jabuticaba gostavam da terra molhada, úmida e cheirosa.
Com
suas bolas negras e docinhas faziam a festa das crianças!
Desirèe
e Lavínia eram as suas preferidas.
Netas
do dono da fazenda, que sempre os visitavam.
Ficou
combinado que cada pé pertencia a uma delas, e eles se alegraram com isso!
Sentiam-se
plenos e vigorosos!
Porque
crianças têm um quê de saber, tanta sabedoria, e eles entendiam.
O
valor da inocência sem ignorância!
Um
carinho puro, verdadeiro sem interesses.
Do
abraço sincero de quando elas chegavam sentiam todo o calor.
Já
os adultos só os viam quando lhes cabiam.
Encher
a pança de suas doces e negras bolinhas.
Desirèe
e Lavínia cuidavam deles como uma mãe cuida de seus filhos!
Quando
subiam, brincavam e os faziam de lar.
Tão
legal ser uma árvore frondosa em meio de tantas outras!
Ser
vista e cultivada, por tão doces criaturas!
Meninas,
amamos vocês! Amamos sim, não temos coração como vocês!
Mas
temos vida, e de outra forma sentimos o pulsar dos seus sentimentos.
Sentimos
quando somos maltratadas e mal cuidadas.
Dói-nos
saber que nossas amigas árvores sofrem com o desprezo dos adultos.
Com
a ignorância e a ganância por um punhado de moedas.
O
importante é cuidar e não só precisar!
Ainda
temos a sorte de dar frutos periódicos!
Não
sofrermos grandes cortes por não ser madeira de lei.
Mas
precisamos de que todos cuidem de nossas amigas também!
Meninas,
não existe ninguém como vocês.
A
sorrir e brincar com nossos galhos ainda vazios.
Com
carinho demasiado, com um cuidado tão verdadeiro!
Quando
o vento nos balança, sinto um arrepio no galhinho!
De
tão feliz por sentir a brisa ou o calor que vem do norte, do sul, do leste ou
do oeste.
Cada
folhinha nossa, sorri!
Cada
galhinho nosso, ama!
Cada
tronquinho nosso, acolhe!
Cada
raiz nossa, se esforça!
E
nós como um todo, agradecemos seu respeito, sua dignidade inocente!
Quando
vão embora, e tanto tempo sem vê-las,
É
como se fosse um castigo pra nós.
Porque
sentimos assim?
Somos
cheias de vida, cheias de vontades também.
Um
dia vamos surpreender
Vamos
nos mexer e fazer compreender todos que prejudicam as plantas, as árvores.
Não
somos escravas da ganância dos homens.
Somos
capazes de limpar o ar que respiram!
Será
que isto já não basta?
O
que mais querem de nós, além de comerem nossos frutos,
Respirar
o ar que limpamos
Que
preço caro pagamos, por não ter boca pra gritar.
Mas
temos vida! Isso é o que importa.
E a
vida de todos depende da nossa também.
Porque
será que quando crescem ficam burros e ignorantes?
Ou
será que suas moedas limparão o nosso ar?
Pensar
e adquirir consciência!
Por
mais que não falamos, sentimos o preço da tirania dos grandes.
Da
falta de capacidade da maior parte dos adultos.
Da
indiferença de cada um que maltrata uma árvore, uma planta.
Crianças
cresçam teus corpos, mas não abandone a inocência do teu ser!
Se
todos forem assim, quem sabe possam salvar nosso planeta.
Ser
um fio de luz no caminho da natureza.
No
próprio caminho de vocês.
Vanyr Carlla - É escritora, poetisa e artista plástica de Goiânia, Goiás.
A-do-rei e segui! rsrs...Um grande abraço!
ResponderExcluirObrigada, abraços.
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